terça-feira, 12 de abril de 2011

Run For Fun!

Dia 19 de março de 2011. Dia de São José. Dia terrivelmente quente e claro, dia da Corrida Run For Fun.
Fiquei bastante ansiosa. Seria a minha primeira competição de corrida de rua. Desde que entrei, achava impossível participar desta quando o professor me avisou no início de Fevereiro que eu também iria correr.
Do jeito que eu estava, corria 1 minuto e pedia pra morrer, não acreditava muito nisso. Mas treinei e minha resistência melhorou demais.
Estava ansiosa e uma semana antes fiquei bem doente. Sinusite, rinite, faringite e todas as ites possíveis, mas fui assim mesmo.
Cheguei cedo e esperei pelos companheiros da Assessoria Esportiva da qual faço parte.
Entramos no Mucuripe e ficamos na concentração antes da largada. Muita gente no local.


E durante a espera, um DJ pra animar a galera.



E muita frutinha para recarregar nossas energias antes e após a corrida.


E chegou finalmente as 16:30. Todos foram convocados ao espaço da largada. Fizemos o alongamento e fomos nos posicionar.



Ficamos pelo meio :D



Pois é...vou falar do pivete de azul à direita da foto em algum lugar posteriormente.

A largada é emocionante, principalmente para quem é marinheiro de primeira viagem. Vi a multidão correndo e fui no mesmo embalo.





Saímos da ruazinha de frente do Mucuripe, dobramos em uma rua que é subida e entramos na leste-oeste e fomos até o Dragão do Mar e retornamos. Fiz tudo isso correndo desesperada com a multidão, mas antes mesmo que eu completasse 2 Km eu morri. Pois é...antes de chegar no Marina Park comecei a caminhar. E avistei o cara que seria o campeão da corrida de 10 Km, ela já estava voltando pra completar seus primeiros 5 Km, ou seja metade do percurso. E a cada fiscal que eu passava eu tinha a impressão de que eu estava morta e não sabia...


Eu to nessa foto. Juro.


"Oi, moça. Tudo bem?Está se sentindo bem?"

Tudo tranquilinho...

Pois é...tinha uns paramédicos até gatinhos...estava doida pra ter passado mal.Enfim.

O menino de azul da foto correu o percurso inteiro e fez seus 4 Km quando eu ainda estava no 2,5 Km, Significa! Pois, é...Nesse momento, meu instrutor também estava voltando e me cedeu gentilmente um copo d´água. Resolvi molhar o cabelo antes de bebê-la e o copo estourou na minha cara. Só quem se hidratou foi meu óculos. Até que em fim cheguei num posto de hidratação e tomei água e molhei minha cabeça e peito, deu uma refrescada boa e continuei o percurso. Completei os 3 Km e soube que o primeiro lugar dos 10 Km já estava atrás de mim pra terminar a prova.

E o calor estava escaldante nesse dia. A água evaporava rapidamente. Corri e caminhei bastante. Quando estava nos 500m finais, uma senhora ficou ao meu lado e interagiu...

"Oi!Não aguenta mais correr não?"

Não, estou nas últimas, vou só caminhar até ...

Nem completei direito a frase e a velha correu e cruzou a linha de chegada antes de mim. Sacana!Ganhou uma posição na minha frente!

5 Km em 44 minutos. Até que fui bem, segundo o pessoal da Assessoria. Cheguei e o povo dos 5 Km já haviam chegado todos e ficamos esperando o pessoal dos 10Km. Recarregamos as energias, pegamos as medalhas por prova completada.




Tiramos algumas fotos (ainda hoje espero que alguém me mande!rsrsrsrs) e já era  noite. Trocamos de roupa e entramos na boate do Mucuripe.


Triativas e eu, ao final da corrida.




Pois é...aí não estava muito legal não.


Estava cansada e com vontade de ir embora mas uma menina da Assessoria estava doida pra entrar aí e não tinha como dizer não. E ela queria ir lá pra frente, a gente tentando ir e eu encostando no povo e sentindo o suor deles...arghhh. Até que ela se compadeceu da minha expressão facial e fomos embora.

Tirei algumas lições da corrida. Poderei até me empolgar nas próximas, mas respeitarei meus limites.

Dia 17 de abril vou correr a meia maratona de Fortaleza. Dia 01 de maio tem a da Farmácia Pague Menos. Dia 15 de maio tem a da Infantaria, que estou pensando em me inscrever. Nesses dias estou treinando leve por conta de uma tendinite e dor muscular, mas enfrentarei essas no meu limite. O importante é competir. E que venha as demais e quiçá a São Silvestre de 2012...! :D

        





sábado, 12 de fevereiro de 2011

Teste ergométrico?Nãããããoo!

Não sei aonde estava com a cabeça quando fui pedir pra fazer o tal teste ergométrico.
Esse lance de fazer tudo certo, às vezes me deixa enrolada. Deveria ter feito só o ecocardiograma, sei lá. Mas estou tão empolgada em correr que fui atrás disso.


- Roberta, seu exame foi marcado pra amanhã!
- Amanhã, mãe? Mas, eu terei um treino bem legal e...
- Nada de treino, faça isso logo!Outro dia você treina. Cuide logo de sua saúde!
- Ah, tá!Obrigada.


Aí tive que me acostumar com a idéia. Teste simples, né?Só andar na esteira, besteira.
Fui olhar no youtube e entrei em parafuso.


- Ô mãe, não quero fazer esse teste não!
- Porque menina?Você que sabe, mas acho que você deve fazê-lo. Pra ficar mais segura.
- Está certo, mãe.


Fui pra Academia e perguntei ao meu instrutor. Ele explicou que já havia feito e tinha sido bem simples.
- E você não teve que levantar a blusa não?
- Não, não precisou não.
- Ah, certo. É porque vi um vídeo, de um teste mais complexo. Que colocavam uns fios.
- Em mim não fizeram assim não.
- Certo. Eu vou então, vai que o meu é igual ao seu, né?Simples!


Acordei hoje e segui as recomendações. Alimentei-me bem. Vesti minha roupa da academia e fui.
Ao chegar lá já tinha uma fila. Várias pessoas, era por ordem de chegada.
Esperei e não demorou muito a me chamarem. Eu era a mais jovem. A maioria era de idosos.
Me chamaram na sala de preparo. 


-O quê?Preparo?
- Sim.


Entrei na sala meio desconfiada. 


- Tire a blusa e coloque essa bata. Vou colocar os eletrodos.
- Ah, certo.


Menos mal, meu pânico é ter que levantar  a blusa para estranhos. Até para os conhecidos eu detesto!Estava de top, mas mesmo assim. Minha barriga virou bucho, pois é; não está tanquinho. Aí não dá pra estar mostrando pra todo mundo!










                                   Ai como eu queria ter feito esse exame vestida assim!!!




A atendente limpou alguns lugares e colocou os eletrodos. Dois eletrodos no peito e três na barriga.


Entrei na sala e o médico começou a me fazer perguntas. Abriu a bata e colocou os fios nos eletrodos. Até aí menos mal. 






                              O médico era tão simpático quanto esse e...é pois é.




Comecei o teste e ele me avisa que não deu certo. Estava tendo interferência. e ele tirava e colocava os fios. Eu quase morrendo de vergonha já. Desligou o PC e reiniciou.


- É agora vai dar certo. Aí sorriu.




                                      Estava me sentindo assim na esteira






Pois é, continou as perguntas e a esteira começou a aumentar a velocidade. 









- Está tudo bem?
- Sim, só um problema.
- Está se sentindo mal?
- Não!Estou ótima. Só com medo da minha calça cair!
- O que? (sorriu). Posso te ajudar?


Não sei se corria na esteira ou da esteira. Jesus! Deu vontade de chorar e ao mesmo tempo rir. Ele estava segurando a minha calça, me ajudando. Chamou a atendente e pediu que ela desse um nó na minha calça.


-  Tenta dar um nó na calça ou arranja um cinto!
-  Dr. não é melhor grampear a calça dela?
-  Não sei se ela concorda!
-  Pode trazer, tudo bem.


Não achei que pudesse piorar, mas piorou. Nunca vou esquecer a cena: eu correndo na esteira, o médico segurando na lateral da minha calça e barriga e a atendente tentando grampear sem obter êxito e eu morrendo de medo de ficar ali apenas de calcinha porque se ele não tivesse segurando com certeza haveria caído.


Isso poderia ter sido evitado se eu não tivesse a mania de comprar algumas coisas bem folgadas. Calça pra fazer atividade física tem que ser justa, mas eu não gosto; prefiro mais frouxo. Aí deu no que deu!
Agora aprendi, nada de testes ergométricos nos próximos 50 anos!!!





segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Seguro de vida no ESO, pra quê?Nem queira saber...

Depois de certo dia fatidico, resolvi não rir mais de assuntos sérios.
Reunião para o ESO (Estágio Supervisionado Obrigatório) e a coordenadora de estágio começa a falar sobre o ESO, nossos direitos e deveres, seguro de vida...


- Como assim professora?Seguro de vida?Pra que isso?
- Bem, para que vocês fiquem tranquilos aonde estiverem. Muitos de vocês estarão bem longe de casa.
- Professora é muito difícil alguém se acidentar no ESO, francamente...
- Não é nada difícil, somos seres humanos frágeis e estamos sujeitos a isso a qualquer momento!Teve um caso em que a menina morreu.
- kkkkkkkkkkkkkk. Sei não,viu?A pessoa tem tanto tempo e momento pra se acidentar ou morrer e vai acontecer justamente no período do  ESO...


Saí da reunião sem acreditar muito na estória da professora.


O primeiro estágio que fiz foi no DNOCS e numa Fazenda que tinha criatório de tilápias em Pentecoste. Foi bem proveitoso, ajudei até no arraçoamento dos peixes!





Hora de matar a fome das tilapinhas! 


Pois é..subia e descia do barquinho, uma vez eu me desequilibrei e quase caí e derrubei vários quilos de ração e 2 funcionários da Fazenda dentro do açude; mas não seria daquela vez.

Voltei pra Fortaleza e iria estagiar em um grande Supermercado, para continuar o meu estudo.

Primeiro dia de estágio no Supermercado e fui acompanhar o recebimento dos peixes na doca. As tilápias chegavam vivas e subi no caminhão pra ver se a oxigenação estava adequada. 








Em uma das idas e vindas eu tive o azar de pisar na parte da madeira do piso do caminhão que estava podre. A minha perna afundou e tentava tirá-la e não conseguia. Até que eles quebraram  a madeira e a perna pode sair. Eu estava toda de branco. E o sangue escorria pela perna, mas eu não sentia dor, nem tampouco encontrava o ferimento nela. Levaram-me na enfermaria e tiveram que cortar a minha calça (única, por sinal!detesto roupa branca!) pra tentar achar o causador daquele absurdo de sangue...nossa...nunca vou esquecer...vi o buraco na perna, músculo cortado e eu via a minha tíbia, cabia meu celular dentro da cratera formada...A partir daí comecei a sentir dor e a me desesperar: meu Deus eu preciso me formar!!Na mesma hora liguei pra Ticiana pois meus pais estavam no sítio e sabia que ela iria a meu socorro, sem dúvida!

Ticiana me pegou e fomos a um hospital com especialista em Traumatologia mas acho que por ser um sábado ele quisesse sair mais cedo e curtir uma praia porque nos assustou dizendo que eu não aguentaria a sutura e teria que fazer uma anestesia epidural...pois é...saímos de lá à francesa; porque, né?

Até esse momento nada de acionarmos o seguro porque a professora havia dito que só seriam necessários os comprovantes dos procedimentos para o tal.
Resolvemos ir ao Hospital carro chefe de Traumatologia do Ceará, o Instituto Dr. José Frota.
Fomos mal recebidas, mas alguém renomado teria que cuidar da minha perna, já que eu sentia muita dor e essa era a opção mais próxima.

O médico disse que aquilo era uma coisa muito simples pra ser atendido ali (como assim simples?eu sentia muita dor, ora mais!não era a perna dele!) e que eu teria que procurar outro lugar. Ticiana conversou com ele e ele resolveu me atender.

Foram alguns minutos de puro sofrimento. Ele lavou a ferida com bastante soro, eu ia no céu, segurava na ponta dos dedos de São Pedro e voltava. Depois, não contente começou a anestesiar  no local da cratera que havia se formado na minha perna...já dessa vez eu ia ao céu e puxava no braço de São Pedro e lhe aplicava beliscões. Chorei bastante, a dor era horrenda, mas depois de alguns minutinhos parecia que eu não tinha mais esse músculo e iniciou-se a sutura...

Ao sair dali meu irmão me esperava pra me levar pra casa. Agradeci ao meu anjo Ticiana e fui embora. Estava louca pra chegar em casa e tomar um banho e ... vi minha casa lá longe...

- Aonde vamos?
- Almoçar.
- Eu não preciso comer, preciso dormir!
- Mas saco vazio não se segura em pé, vamos almoçar algo bem gostoso e te deixo em casa.
- ...

Pois é...já não bastasse essa loucura toda ele me levara à praia, lotada, dia de sábado, com banda de pagode na barraca e tudo e ainda ficava me pedindo pra ser simpática. Eu toda de branco, de calça, suja de sangue e ainda tinha que rir!Acho que a fome ali tinha se revoltado com minha situação e havia fugido. Comi pouco e tive que aguentar a vontade dele querer voltar pra casa, enfim.

Ao chegar em casa só troquei de roupa e deitei-me, forças eu não tinha mais!


Fiquei de molho em casa por 40 dias até me recuperar.Antes disso eu colocava o pé no chão e toda a minha perna inchava. Esse recesso forçado não me atrapalhou na monografia porque ela foi adiada por alguns meses devido a greve da UECE e essa foi a minha sorte!No mesmo dia recebi inúmeras ligações dos amigos preocupados. Foi um telefone sem fio.

- Você caiu do caminhão?
- Você quebrou a perna?
- etc...

Recebi alguns apelidos e o que mais marcou foi o "amiga, manca!"

Depois desse dia tirei duas lições:

1. Nunca zombar de algo sério!
2. Se estou no chão , permaneço. Pra que subir em algo mais alto?

O mais engraçado foi voltar ao estágio e ver que eu havia me tornado popular por ter quebrado  o jejum de  6 meses sem acidentes de trabalho e todos queriam saber quem eu era. 



    



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

"Luto"

Assim que acordei hoje meu pai me avisou: Roberta, o filho do Jota foi assassinado.
Cuma?
Pois é. Alisson deveria ter uns 23 anos no máximo.
Filho de um vizinho da frente, cheio de problemas na vida; principalmente com o pai dele.
Quando ele apareceu aqui na rua dizia vir da casa da avó que havia falecido. Morava na loja do pai. O pai dele passava o dia na loja e a noite ia pra casa. E ele ficava por aqui. Às vezes eu o via de longe, meu triste.
Certa vez ele me chamou quando eu estava chegando em casa e conversamos bastante. Ele fazia as refeições num quiosque aqui perto. E mamãe gostava de dar lanches a ele.
Só que com o tempo ele começou a ficar diferente. Intimidade é triste. Me esperava na esquina e pedia dinheiro emprestado pra comer, mas nunca me pagou. Dei algumas vezes e depois descobri pelo pai dele que ele era um viciado em drogas. E o dinheiro deveria ser pra manter seu vício. Depois de saber disso sempre negava dar dinheiro. Queria pagar o lanche, mas ele dizia que não queria. De tanto torrar a paciência fui pegando abuso do menino e o evitava.
Ele e o pai sempre brigavam. No meio da rua mesmo.Todo mundo vendo.
Certa vez o pai dele o expulsou da loja e ele ficava rondando aqui. Pedia dinheiro, pedia comida e ia vivendo pela rua mesmo, a vizinhança o ajudava; mas o pai dele não. Não pagava mais sua conta no quiosque. E assim se passaram os dias, meses e anos.
Soube que ele apareceu com alguns caras de má índole, roubaram o quiosque e ainda ameaçaram de morte o garçon que muitas vezes o ajudou.
O garçon foi-se embora. E ele depois disso sumiu também.
As últimas notícias é que era assaltante. Vivia roubando o povo numa rua aqui perto. Eu nunca passei por lá.
Hoje soubemos de sua morte. Encontraram-no morto dentro do quartinho que ele estava morando no bairro vizinho. Isso foi matéria dos programas policiais que meus pais adoram assistir.
Não vi o programa mas meus pais me contaram.
A senhora contou que ele tentava sair das drogas, pediu que ela o ajudasse. Ela ainda não tinha conseguido um tratamento pra ele; mas estava na luta. Ela havia cedido o quartinho vizinho a casa dela pra ele e que ele era um rapaz bom. Nunca havia desrespeitado ninguém  da casa dela, mas na madrugada alguém o matou.
Foram 8 tiros.
Ninguém sabe de nada. Ele estava até tentando ganhar uns trocados aqui e ali, mas era pra comprar o crack. Não conseguia se libertar.
Mas o pior de tudo foi saber que o pai não foi lá vê-lo. O IML levou o corpo e o pai não quis nem saber, talvez tenha sido enterrado como indigente.
Hoje senti muita pena. Ele era jovem, cheio de vida e o vi desmoronar.
Espero que um dia o pai dele aprenda que não é só colocar filhos no mundo; mas dar a eles estrutura e amor incondicional.
Estou chocada com tudo isso até agora. E com certeza não vou conseguir dormir.


Notícia sobre ele no blog da Jangadeiro: http://jangadeiroonline.com.br/policia/usuario-de-drogas-e-assassinado-com-oito-tiros-dentro-de-casa-113930/